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2012: Maias, Nostradamus e Nibiru

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Sou mesmo muito curioso e atraído irresistivelmente para os mistérios que se me apresentam às vistas. Quando eu era criança, depois das aulas de Ciências, chegava da escola pra pesquisar como poderiam as formigas serem mais organizadas que os seres humanos em sua mini-sociedade. Como as abelhas determinavam quando ocupar uma área, criar ou abandonar uma colméia? Como poderia o ar, algo invisível, derrubar torres de energia e ainda as manifestações mediúnicas serem relegadas ao campo das superstições pela Ciência empirica e caolha? Isso tudo me assombrava quando criança, e o cientista maluco mirim aqui era deixado de lado pelos covis dos populares  no Colégio. Perguntavam-se como poderia um garoto de 10 anos de idade preferir jogar "futebol" com um frasco vazio de vinagre por tardes inteiras a juntar-se às algazarras dos campos de várzea? Não era por demasiado orgulho, embora este sobressaísse; era por saber que nosso tempo é mais útil se usado para nosso desenvolvimento ...

O cego de Ipanema

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(Paulo Mendes Campos, in "O Amor Acaba") Há bastante tempo que não o vejo e me pergunto se terá morrido ou adoecido. É um homem moço e branco. Caminha depressa e ritmado, a cabeça balançando no ato, como um instrumento, a captar os ruídos, os perigos, as ameaças da Terra. Os cegos, habitantes do mundo esquemático, sabem aonde ir, desconhecendo nossas incertezas e perplexidades. Sua bengala bate na calçada, com um barulho seco e compassado, investigando o mundo geométrico. A cidade é um vasto diagrama, da qual ele conhece as distâncias, as curvas, os ângulos. Sua vida é uma série de operações matemáticas, enquanto a nossa costuma ser uma improvisação constante, uma tonteira, um desvairio. Sua sobrevivência é um cálculo. Ele parava ali na esquina, inclinava sua cabeça para o lado, de onde vêm ônibus monstruosos, automóveis traiçoeiros, animais violentos dessa selva de asfalto.Se da rua viesse o vago e inquieto ruído a que chamamos silêncio, ele a atravessava como um...

A Eternidade em um segundo

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Essa palavra - Eternidade - sempre me intrigou profundamente. Acho que é assim com todos que param para refletir sobre isso. Bem, para desenvolver esse tema (ao menos, introduzí-lo segundo minha ótica) vou postar, em primeiro, a definição segundo a Wikipedia : Eternidade  é um conceito filosófico que se refere no sentido comum ao tempo infinito; ou ainda algo que não pode ser medido pelo tempo, porquanto transcende o tempo. Se entendermos o tempo como duração com alterações, sucessão de momentos, a Eternidade é uma duração sem alterações ou sucessões. O conceito acima vai contra toda a lógica humana - e toda a retórica também, pois que essa, também, é mutável. Como definir, imaginar ou conceber algo que não mude, não se altere e não se movimente? Segundo Newton, "tudo, na Natureza, se transforma". Também, segundo ele: Todo corpo continua em seu estado de repouso ou de movimento uniforme em uma linha reta, a menos que seja forçado a mudar aquele estado por...

Tempo-Rei, Tempo-Rei...

Dias furiosos esses em que vivemos, não são? Dias de emoções transbordantes, à Flor da Pele. Dias em que podemos nos sentir ociosos, trabalhando muito, e cansados de fazer nada! Presenciamos uma aceleração de tudo: da tecnologia, dos cânceres, da solidariedade, conhecimento, bem como da ignorância, cegueiras e brutalidades. Tempos confusos, em que nossos corações ora disparam pela ação do café e cigarro, ora pelas paixões proféticas. Não estamos preparados para tudo isso... A humanidade está na adolescência, e meu coração sente esse fato com toda a intensidade. Como esperar por lições que ainda não estamos preparados pra aprender?? Se Deus é o Tempo, e nosso Pai, então ele pôs suas crianças surdas-mudas a ter aulas de língua russa aos dois anos de idade. Suas Crianças (nós, pobres coitados) esperneiam, querendo respostas prontas, exatas, no tempo que nos apraz. Não respeitamos o aviso: "É proibido questionar!". Sim, a Vida nos esquadrinha e nos coloca tais quais em Caminhos...

Jano e o Nexo

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Jano, o encontro do velho e do novo. Em muitos livros de História Antiga e Mitologia, vemos apenas exaltados os arquétipos de deuses "da moda", como Júpiter, Vênus, Marte, Marte, etc, ou seja, os "cartolas" do Olimpo, que gozavam nos Elíseos as delícias da eternidade de sua condição e origem. Mas poucos se atentam ao arquétipo do Tempo, representado pelo soturno e fatídico Saturno e pelo seu guardião, o deus Jano.       Jano era o deus representado por uma figura com uma face voltada pra trás (passado) e outra pra frente (futuro). A sua face média era desconhecida, digo, a verdadeira, pois que era tida como o nexo, o momento exato da passagem do que foi para o que virá. É exatamente esse nexo que considero como verdadeiro Reino de Jano. É justamente em sua homenagem que o mês de janeiro ( Mens Januarius ) recebeu esse nome, o "mês de Jano". Por ele, temos a noção prosaica de passagem de um ciclo anual de atividades a um novo. É estranho...

Viagem e Transformação de Um Coração Sedentário

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Desde criança, sempre me chamaram a atenção as estórias e histórias que contavam as peripécias e aventuras de corações ávidos, ora por aventuras, ora por transformações. Lá se vão os anos em que lia, com sofreguidão, os feitos de Dom Quixote e outros cavaleiros apaixonados, as façanhas de heróis míticos, os sacrifícios de deuses desapegados, etc. Sabendo que já se amainaram bastante meus instintos de caçador de aventuras e se aproximam, a longas passadas, os tempos de peregrino em busca de uma tal Pedra Filosofal (o fruto dos sonhos, o "tesouro do coração", do qual contava Jesus), meu Pássaro Cardíaco (o Coração de Ebrael) hoje busca a transformação ou enriquecimento do que já estava por revelar-se: o Caminho, ou meu Destino. Minha Vida é muito boa sim, não nego. Em meio a rotina tranquila, agora com uma colocação profissional estável, embora estressante, um homem não pediria muito mais do que tenho para ser feliz. Mas, lá no fundo, o homem de longas madeixas louras, que u...

O Espelho dos Seis Tempos

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Para C.C.P.: "Espelho, Espelho meu, há, nesse momento, seres mais felizes do que nós??" Nós mal havíamos nos conhecido, e já havia empatia entre nós. Eu trabalhava já há algum tempo no setor depressivo-burocrático de Compras de uma empresa privada, em Uberlândia. Quando a vi, à qual chamo aqui de C. C. P., pensei: "Enfim, alguém para me tirar a paz!" Mas, não estava dizendo de uma suposta chatice de conviver com ela, e sim da aventura que seria me degladiar todos os dias com aqueles olhos amendoados. Ainda não havia me dado conta disso, mas já me via a menos de um metro dela. Certa vez, o Osvaldo, meu supervisor, me "acordou":  - Lúcio, para de babar!! Conforme-se, ela está onde você não pode alcançá-la!! E o João, do setor de Promoção, anda ainda por perto... Ao que eu dei de ombros:  - Admirar não tira pedaços, até onde eu saiba!! Osvaldo é um cara chato. Sua função é fiscalizar. Nasceu para isso: cobrar, cobrar e cobrar!! Diversão não pode, i...