Greenpeace e LBV: Mercantilismo no Terceiro Setor

Com quase toda certeza, você já ouviu falar ou leu acerca do Greenpeace e da LBV, certo? Mas, você conhece, a fundo, a forma com a qual eles trabalham fora da mídia?

Com a tal onda de ativismo socio-ecológico e a ilusão de que poderíamos mudar o mundo político através da Internet, instituições como o Greenpeace e a LBV começaram a ganhar ainda mais espaço do que jamais suas imagens na mídia tinham conseguido. Com o advento da ditadura das redes sociais sobre a Consciência das pessoas, recriando modas, mudando a linguagem na comunicação, o que mais se fortaleceu foi o alcance dos instrumentos de marketing global dessas instituições, não a Conscientização dos seres humanos.  

E sabem por quê? Porque as cúpulas dirigentes dessas instituições dependem, em maior grau, do poder que o dinheiro proporciona à sanha do egoísmo, em consonância com os ditames de uma elite globalmente dominante. Sabem, também, que a maioria dos seres humanos não pensa, não raciocina, nem questiona, mas apenas reage com "sim" ou "não", de acordo com seus apetites e emoções em dado momento.

No que o mundo vai mudar se o Greenpeace fizer um protesto público, de forma teatral, ao invadir um barco pesqueiro em alto mar? Os animais marinhos, ameaçados de extinção, estarão a salvo por causa de suas apresentações em campo? De que adiantará se uma corrente humana se encadear em torno de um Congresso Nacional, exigindo a reforma do Código Florestal, se os mesmos eleitores, que dizem apoiar as causas ecológicas, votam em candidatos que fazem conluios para acabar com o resto da Amazônia, tudo em troca de favores para si mesmos e/ou para os seus? 





A mesma desconfiança que mostro em relação ao Greenpeace, demonstro para com a LBV (Legião da Boa Vontade). A LBV repousa sobre uma mistura bisonha de ritos e filosofias. Concordo que as filosofias, em suas essências puras, levam a Deus, invariavelmente, pois este é a Fonte de todas as coisas. Mas, imiscuir princípios religiosos que foram criados na diversidade apenas para favorecer um movimento forçado, chamado Ecumenismo, é brincar com a nossa inteligência. Lembrem-se de uma coisa: o Ecumenismo não quer nos unir como seres humanos, mas busca, apenas,  unificar as religiões num amálgama (o qual é uma aberração) que seja mais simples de administrar pelas elites políticas mundiais.  

Não é a divergência (a qual eu chamo diversidade) entre as religiões que ameaça o futuro do mundo, mas os vícios dos seres humanos que as usam as últimas como muletas para se esconderem de seus deveres como homens e mulheres conscientes. Onde está a Consciência? Nas mãos de seus "deuses", é claro! Igualmente, não é a exploração dos recursos naturais para nosso conforto que ameaça nosso futuro, mas o uso desregrado que se faz destes, tendo em vista nossa compulsão por consumo imediato e nossas ambições inconsequentes!

Lembro-me bem do axioma alquímico que ordena: "Solve et coagula"  (Dilua e concentre!). É esta a estratégia das elites para as massas humanas que habitam este planeta. Enquanto um bloco prega a Paz, outros semeiam discórdias e guerras. Enquanto o lobo mostra-se puritano, altruísta e bem intencionado, seus comandados instigam seus adversários na calada da noite. Se várias guerras religiosas e inimigos se levantam em nome de suas religiões, há outros grupos que procuram amalgamar as doutrinas e práticas, destruindo-lhes a pureza e uniformidade. No final, a primeira e única intenção da Elite prevalecerá, depois que interesses antagônicos se aniquilarem e dissolverem suas unidades.



Dois fatos


Não relatei esse primeiro fato nos blogs ainda porque estava com outros problemas urgentes naquela época, mas prometi a mim mesmo que iria me pronunciar acerca dele.

Há alguns meses, estava eu a esperar pelo segundo dos dois ônibus que uso para voltar do trabalho para casa. Próximo ao tal ponto de ônibus, encontra-se uma "filial" da LBV. O ônibus demorava, e um grupo de pessoas discutia sobre como seus supervisores lhes "torturavam" (sic) para conseguirem mais doações. Essas mulheres eram operadoras de telemarketing, e trabalhavam buscando pessoas que pudessem doar mensalmente uma quantia x para as "obras assistenciais" da LBV. 

Uma instituição que usa de artifícios fascistas, típicos de Call Centers de empresas que visam o lucro, para conseguirem doações não pode ser séria. Pode até manter obras assistenciais, mas como fachada para seu plano de influência na mídia e arrecadar doações que, na verdade, é dinheiro não tributável (bom para lavagem de dinheiro, não acham?).

O segundo relato é idêntico ao primeiro, mas não aconteceu no ponto de ônibus. Eu mesmo, há uma semana atrás,  fui contatado por uma consultora do Greenpeace para que eu viesse a ser doador de dinheiro (R$ 25,00, no mínimo) aos projetos deles. Na hora, eu recusei. Como eu poderia doar dinheiro a uma instituição que eu mal conheço, ainda sendo tão aclamada pela mídia golpista?? Uma coisa é você ler e ouvir, de fontes externas (e como a mídia nos engana), sobre alguém ou algum grupo; outra coisa é você conhecer de perto quais são os métodos de trabalho e intenções da cúpula dirigente dessa mesma instituição.

Eu havia assinado uma petição virtual pública do Greenpeace. Cheguei por um anúncio de um contato no Facebook. Fui ao site oficial do Greenpeace e constatei que a campanha era legítima. Fui e assinei. Depois da ligação da tal consultora, me lembrei que havia deixado meu número de celular para conferência de dados. Sim, eu pensava que era apenas para conferência de dados. Hoje, eu sei que não. Essa petição é uma furada! Eles usam essa petição, apelando para argumentos do tipo "Ajude a evitar o desmatamento da Amazônia" apenas para fins  de arrecadação escusa de fundos. Não entendeu? 

Para conseguir mailings (listas) de telefones de pessoas, as empresas de telemarketing (como as que arrecadam doações para o Greenpeace e LBV) pagam caro a outras entidades que rastreiam números de telefones nas listas comerciais (CDL's, redes de varejo, etc.). Já, se o Greenpeace montar uma petição online gratuita, sem custos, conseguir divulgação free para a instituição e ainda ficar com os números atualizados dos telefones das pessoas, fica mais fácil de obter êxito na sanha de dinheiro fácil dessas instituições. 

A consultora do Greenpeace me respondeu, depois de eu perguntar, que a petição tinha até o fim de 2013 para conseguir 1,5 milhão de assinaturas na petição online, sendo que já tinha quase 600 mil até uma semana atrás. Francamente: com o Facebook tendo atingido 1 bilhão de usuários ativos, e o Greenpeace, uma instituição conhecida mundialmente, não ter conseguido a milésima parte disso junto aos usuários do Facebook, é uma piada, não é? Não é estranho? Uma petição visando a salvação das florestas do 2° lugar no mundo em número de usuários no Facebook, não ter conseguido ainda míseros 1,5 milhão de assinaturas, é brincadeira! Fala sério!

Não caia na onda desse pessoal. Se o Greenpeace faz um protesto com meia dúzia de doidos e a LBV alimenta 50 crianças em sua cidade, pode ter certeza: é apenas fachada e marketing! O grosso do dinheiro que é conseguido com as doações vai para fins nada nobres. E cuidado ao deixar e/ou inserir seus dados pessoais em sites na internet. Já sabem o que pode acontecer, né?


Para conferir:





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Comentários

  1. Grande Ebrael, sempre com excelentes textos.
    Bom, concordo em partes contigo. Vou falar apenas do Greenpeace porque não tenho opinião formada sobre a LBV, por sinal nunca aprovei os métodos deles.
    Infelizmente existe essa mercantilização, pois se vivemos num sistema capitalista isso se torna inevitável (até para justificar a arrecadação deles). Para que pudéssemos ter uma petição (em defesa das florestas) que não houvesse mercantilização, só através de uma ação civil pública, mas como ninguém se interessa por isso a ONG preenche este espaço criando o movimento por nós. Não estou aqui para defendê-los, mesmo admirando-os (conheço o trabalho de perto), mas sobre sua estranheza de ainda não terem conseguido a quantidade de assinaturas necessárias eu defendo que seja pela pura e simples falta de interesse das pessoas. Você sabe que tenho um blog de meio ambiente há 3 anos e sei bem como é difícil engajar a sociedade a favor de uma causa ambiental. Além disso, a mídia não divulga essa causa, por puro interesse contrário (se é que me entende). A Band, por exemplo, vem fazendo atualmente uma campanha forte através do programa CQC para que assinem uma petição que seja mais rigorosa com quem bebe e depois dirige. Não que essa petição seja mais importante, mas fica claro que o povo não está a favor dela, pois também não conseguiram nem metade das assinaturas necessárias (a mesma quantidade do Greenpeace). E a campanha é muito forte!
    Portanto, neste caso, tudo depende da aceitação da sociedade, de informação... e isso com certeza não temos.
    Abraços,
    Bruno

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    Respostas
    1. Sim, eu sei como é difícil as coisas quando se tratam de causas nobres. Mas... o Greenpeace não é como nós, humildes blogueiros. Eles contam com dinheiro de petrolífera e tal! O Greenpeace é uma instituição internacional mundialmente reconhecida, marca consolidada em divulgação global.

      E o que mais me espanta é essa tal dificuldade sabendo que a causa da Amazônia, menina dos olhos da ONU. Não acha que assinaturas de pessoas de países com assento permanente no Conselho de Segurança da ONU teriam mais peso sobre o Congresso do que anônimos aqui do Brasil?

      Com relação ao método -->> Você citou bem a o que seria adequado: uma Ação Civil Pública. Sabendo disso (e sobre a ignorância da maioria do povos em relação às ACPs), porque o próprio Greenpeace não se engaja na divulgação desse instrumento legítimo de pleito popular, ao invés de ficar parecendo uma instituição marqueteira??

      Ecologia não concerne apenas em harmonia das relações dos seres humanos com o meio ambiente, mas também de humanos com outros humanos. Se sabem que o povo é ignorante, por que não empenham sua aparelhagem midiática para formar um povo mais consciente em termos de cidadania??

      Enfim, o episódio da ligação deles me deixou muito decepcionado, pois vi que, como fora feito comigo, devem estar fazendo com muitos milhares de pessoas: usando seus dados apenas para arrecadação de fundos, e não visando a tal campanha, como eu esperava quando assinei.

      Um abraço para você e sempre mais sucesso para seu blog, LEGÍTIMO local de conscientização ecológica!

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  2. Olá amigo.
    Apesar do meu analfabetismo; sinto-me no direito de discordar.Pois estas instituições nos têm acrescentado tanto...por exemplo...emburrecimento global, atrofiamento mental...e um profundo desgosto e falta de fé (sou ateu)e muita vergonha...sempre tenho este sentimento de índio que sente um profundo desprezo e um ódio quase mortal por toda a História deste país e seus mestiços e misticos povo. Além do mais amigo somo o "celeiro do mundo" ou seja produzindo estercos para nutrir a terra ( trocando em miúdos...absorvemos lixos mentais e culturais). Não amigo...não há liberdade somos como o gado...temos consciência sim só não sabemos como lutar...portanto passamos esta aparente burrice sentados numa poltrona diante de uma tv.
    Desculpe-me por tal invasão.

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    Respostas
    1. Imagina, rapaz! Sinta-se à vontade, tens liberdade pra concordar ou discordar, desde que mantenhamos sempre o respeito pela pessoa do outro...

      Sabe por que não sabemos como lutar? Porque temos nossos próprios interesses, sempre mais importantes que os interesses coletivos, comuns a todos.
      Veja o exemplo do Egito: em questão de dias, armaram, via redes sociais (Facebook, principalmente), uma manifestação de repúdio ao Mubarak e, pela união do povo, derrubaram um ditador que estava há 4 décadas no controle.

      Isso sim é trabalho coletivo, não essas ações isoladas de sites que querem se promover e agir dentro da legalidade governante, aquela que nos outorgam leis sem consulta popular.

      Sobre as instituições, cada um tem uma percepção divergente, mas ela é pessoal. Não cabe repúdio a nenhuma opinião particular, apenas o debate e posicionamento firme.

      Sua opinião foi válida sim, muito obrigado!

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